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Entrevista  a D. Anacleto Oliveira, Reverendíssimo Bispo da Diocese de Viana do Castelo


1. Com que idade sentiu vocação para seguir a vida religiosa?

Era muito novito, suponho que ainda não andava na escola, portanto talvez uns 6 ou 7 anos quando senti pela primeira vez esse desejo.


2. Lembra-se da primeira vez que celebrou missa?

Lembro-me perfeitamente porque fui ordenado padre no dia 15 de agosto de 1970 e foi nesse dia que celebrei a primeira missa. Mas aquilo que chamamos a missa nova, isto é, a celebração só presidida por mim, foi no domingo seguinte.


3. Quais são as funções que desempenha como bispo?

São fundamentalmente três que se dividem em muitas outras coisas. A primeira é ensinar, a segunda é celebrar ou presidir as celebrações, e a terceira é governar, isto é, orientar a vida na diocese a que presido.


4. Qual o momento que recorda com mais emoção desde que é sacerdote?

Foram tantos! Mas os momentos que mais me consolaram e encheram foram aqueles em que eu convivi com crianças ou com idosos. Ainda hoje como bispo são momentos que me enchem de muita alegria. Porque são aqueles momentos em que se exige mais de nós. Estou a lembrar-me de uma frase escrita pelo papa Francisco em que ele diz isto, citando os bispos da América do Sul dos quais fazia parte antes de ser papa: “Na doação a vida fortalece-se e enfraquece-se no comodismo e no isolamento”.


5. Como se sente em Viana desde que chegou até hoje?

Sinto-me muito bem, diria mais, sinto-me cada vez melhor! A cada dia sinto mais a proximidade e o convívio com as pessoas. De maneira que estou cá de pedra e cal, como se costuma dizer.


6. Conhece a Associação de Paralisia Cerebral de Viana do Castelo?

Estou a conhecer agora, graças a Deus! Já tinha ouvido falar mas nunca tinha tido contacto direto, principalmente com as pessoas mais importantes da associação, que são vocês. Por isso, este encontro foi uma graça. Fico feliz.


7. Qual a sua opinião acerca da integração e das respostas existentes para a população com deficiência?

Eu não sei de facto em que medida essas respostas têm sido dadas plenamente. Contudo, eu noto que há, independentemente das medidas estatais e governamentais, alguma sensibilidade crescente para com as pessoas deficientes e isso é muito bom. Portanto só faço votos para que essa integração seja cada vez maior. Muitas vezes o problema é a impossibilidade da pessoa com deficiência ou dos familiares de poderem integrar mais as pessoas na sociedade. Porque estou convencido de que não há ninguém com o mínimo de juízo que não se abra a pessoas que estão nesta situação. No que me diz respeito tudo farei para que essa sensibilidade aumente ainda mais.


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